Provavelmente Barradas
Eu não penso só em sexo, também sou muito bom em estatística e probabilidades. Por exemplo, acabo de calcular mentalmente que todos os anos 60 mil portuguesas perdem a virgindade.
Mas isto não é nada. Ainda outro dia, eu e o Barradas íamos de carro, na estrada entre Minde e Fátima (tratar de assuntos da pedreira). Então, a certa altura o Barradas começa a dizer-me que este Natal vai visitar parentes à França, mas que andar de avião lhe está a meter medo.
Foda-se, um gajo que até já quis ser toureiro, com medo de voar ? Explicou-me que foi um susto apanhado na última vez que viajou e a partir daí fez uma jura que nunca mais voltava a voar.
Olha, disse-lhe eu, o avião é um meio de transporte seguríssimo.Todos os dias aviões da TAP levantam voo sem nenhuma espécie de problema.
Percebi que o Barradas estava a escutar-me e então resolvi jogar o meu argumento final. Disse-lhe com a máxima seriedade que habitualmente consigo fingir, “Barradas, meu amigo, considerando o ano de 2006, estatisticamente está provado que qualquer homem português viajando na TAP tem mais probabilidades de se tornar o novo namorado da Elsa Raposo do que morrer de acidente aéreo”.
Foi uma coisa dita, assim, com tal seriedade que até eu fiquei impressionado com a minha própria afirmação. O Barradas, ficou-se embasbacado a olhar para mim muito sério... e depois perguntou-me com a maior candura possivel:
- E quem é a Elsa Raposo ?
É nestes momentos que eu caio em mim e desesperadamente me lembro de que o Barradas não é um gajo culto como eu. Porque no meu caso, sou um gajo que sabe quem é quem e frequenta locais onde se pode ler à borla as revistas do coração. Por exemplo, enquanto espero na fila da caixa do hipermercado ( embora prefira as revistas de banda desenhada do Tio Patinhas).
Mas o Barradas é um caso perdido. Portanto, resolvi mudar a tática: rapaz, esquece a Elsa Raposo e esquece os desastres. Se queres saber, eu próprio nunca andei de avião. Mesmo quando estive emigrado na Suiça e na França, fui sempre de comboio ou camioneta. E quando fui trabalhar para a Holanda, até foi o meu irmão Bino quem lá foi levar-me no Táxi dele.
(Foi uma viagem pavorosa porque a gente perdeu-se muitas ocasiões. Atravessar Paris foi para esquecer e depois, na Bélgica, não sabiamos que as placas a dizer Nederlands, lá na língua deles, queriam dizer Holanda. E isto, é mesmo assim, um gajo não saber achar uma rua é normal, mas não conseguir encontrar um país inteiro, é mais esquisito).
Olha, foi uma viagem maravilhosa. Barradas, segue o meu conselho: pede ao meu irmão que ele leva-te à França de Táxi. É melhor e mais seguro que ir de avião.
(Com sorte, perdem-se os dois e deixam de me chatear os cornos).
1 Comentários:
Não te rias...mas também tenho um cagaço dos diabos de voar!!
Mas por favor não me mandes de táxi ou não me mandes à... porque eu sei quem é ao menos a Elsa Raposo!
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