quinta-feira, 29 de março de 2007

Quando fiquei barricado numa universidade.

Era uma vez uma universidade privada em Lisboa, onde dois grupos lutavam pelo controlo da mesma. Então, houve alunos que ocuparam essa universidade. Foi em Março, lembro-me porque estive lá.
É verdade, apesar de nunca ter feito a 1ª classe, aqui o Bino chegou a andar numa Universidade. E quando digo "andar" é mesmo literalmente, porque eu só lá fui ver aquilo. Estudantes, eram o Barradas e a Fam-Fam.
Corria o ano de 1986 e o Barradas falou-me ao telefone que ia barricar-se numa Universidade. Se eu também queria alinhar ? Bom, se era para haver porrada, que contasse comigo. E parece que pancadaria era coisa certa de acontecer porque se os ocupas eram de um lado da contenda, do outro havia quem os quisesse expulsar de lá para fora à força.
A fim de me dirigir ao local e visto ter dificuldades em orientar-me nas difíceis ruas da capital, recorri aos magníficos serviços de transporte da CP e chegado a Lisboa, apanhei um Táxi directamente para a Rua Vitor Cordon, perto do Chiado.
Eram umas 6h da tarde, pára o táxi mesmo em frente aos portões da Universidade. Do interior da viatura sai um jovem cabeludo, trajando um sensacional blaser de veludo amarelo e umas apertadas calças de ganga azul vivo, a condizer com sapatos brancos (portanto, algo parecido com as cores da bandeira ucraniana).
O táxi deixa rapidamente o local. A súbita chegada do indivíduo desperta a curiosidade dos alunos barricados atrás do portão, bem como daqueles que cercam a Universidade, parados do outro lado da rua, no passeio oposto.
O recém chegado, mochila militar numa das mãos, óculos escuros, dirige-se ao portão, disposto a entrar. Mas como não o conhecessem e com receio que fosse uma cilada, os de dentro recusam-se franquear-lhe o acesso. Ao ver-se sozinho no lado errado da barricada, o desconhecido percebe que se encontra numa situação perigosa. Evita olhar para trás, na direcção do grupo que pretende tomar de assalto a Universidade para acabar com a ocupação.
Recorrendo aos seus poderosos métodos de presuasão, Bino (moi-même, pois quem haveria de ser ?) tenta convencer os barricados que o deixem penetrar.
Uma betinha histérica é a mais renitente, tenta evitar a todo o custo que se abra o portão gritando que se trata duma armadilha.
Bino finge ignorá-la e dialoga com a rapaziada que, por fim, rendidos aos argumentos resolvem meter a chave no cadeado e deixá-lo entrar.
Já a salvo, Bino fuzila com o olhar a betinha histérica duvidando se se tratava de pânico ou da natureza própria de quem só considera humano os outros betinhos da mesma laia.
Subindo ao bar, Bino encontra finalmente Barradas que está nos copos. Cumprimentos efusivos, lá, são-lhe apresentados alguns gajos porreiros, todos dos subúrbios e que desprezam, tanto ou mais que ele, os totós dos betinhos de Lisboa e da linha (a quem chamam pachás).
Nas redondezas há miúdas giras. Bino admira miúdas inteligentes, mas também não as despreza se tiverem um palminho de cara bonito (especialmente quando acompanhado por um bom rabo).
Elas ficam impressionadas pela fleuma verdadeiramente britânica demontrada por Bino e Castelo (um bacano de Pirescoxe) que jogam calmamente xadrez, aparentemente alheios ao ambiente frenético instalado por toda a Universidade, num claro desprezo pelo perigo.
O lider da ocupação aparentemente é um aluno do 4º ano a quem chamam Jotajota. Movimenta-se apressado de um lado para o outro, com um grupo de gajos atrás. Não gosto da pinta dele.
Entretanto, alguém tenta electrificar as grades que cercam o edifício, sem sucesso. Não têm conhecimentos de electricidade o suficiente para saber que, para se electrificar uma cerca, esta tem obrigatoriamente que estar isolada, a fim de não haver passagem imediata de corrente para a terra. Inevitavelmente os dijuntores no quadro eléctrico disparam e as luzes apagam-se. Após algumas tentativas, desistem de tentar electrificar a grade e o portão.
Novamente no bar, que fica no sotão (e onde estão as garinas) o Barradas esforça-se por convencer uma caloira que aquela poderá ser a última noite da vida deles e que talvez o mais acertado seja aproveitarem o melhor possível aquelas últimas horas. A caloira, dá-lhe razão, desiste de ler o manual do Martinez e dedica-se ao alcóol o resto da noite. O Barradas não se dá por vencido e rapidamente descobre outra caloira a quem tenta dar o mesmo golpe.
Pela minha parte, estava no telhado da Universidade a conversar com uma aluna quando finalmente, já a noite ia alta, se dá o ataque dos de fora a fim de nos expulsarem.
Um tipo chamado Banza, ao portão, dá uma extintorada num atacante que fica branco de neve carbónica. Do alto do edifício chovem pedras e garrafas de cerveja que se estilhaçam na calçada da rua. Resolvo aderir à festa mandando também algumas pedras de calçada. Reparo que a alguns metros, um pouco ao lado do grupo que tentava entrar, do outro lado da rua, estão dois homens parados a observar os acontecimentos. Não são jovens e calculo que sejam eles quem comanda as operações. É neles que quero acertar. Agarro numa garrafa de cerveja e faço pontaria a um deles. A garrafa vai direitinha à careca do gajo, mas subitamente roça num fio dos eléctricos da carris e desvia-se o suficiente para se partir em mil pedaços mesmo junto aos pés deles. Os gajos percebem que estão a ser atacados e retiram-se rapidamente. Hoje compreendo que felizmente não lhe acertei na mona, podia tê-lo matado.
Os incidentes continuam por mais um pouco, escutam-se alguns disparos de arma de fogo, um carro da polícia passa e é apedrejado (acto estúpido) e finalmente os atacantes afastam-se sem conseguirem entrar.
Pouco depois chega o corpo de intervenção da PSP, que forma junto à esquina da Vitor Cordon com a António Maria Cardoso, mas virada para o nosso lado.
A polícia parece preparar-se para entrar na Universidade e sendo assim, o caso muda de figura (complica-se).
Ficamos na expectativa. O tempo vai passando. A polícia não avança, mas também não se retira. Entre a malta, corre a ideia de que se eles entrarem a gente sai sem resistir.
As horas passam e nada... não acontece nada. Depois, a Polícia retira-se para as carrinhas ali estacionadas. Mais algumas horas e por fim, vão-se embora.
O dia nasce e percebemos que a ocupação venceu. Deixamos finalmente as instalações da Universidade com a garantia de que tudo se resolverá. Vêm as férias da Páscoa. Depois nasce outra Universidade que se instala na Junqueira.
Irei lá algumas vezes ter com o Barradas e com os amigos dele, o Castelo, o Espadinha, o Óscar e o Nuno de Barcarena. Assistir a provas orais, ver as gajas, coisas desse estilo. Estudar é que não. Na Universidade aprende-se umas merdas, claro, mas perde-se muito tempo.

Etiquetas:

domingo, 18 de março de 2007

Como ser mulher e ser feliz ( Parte 1)

Um estudo recente, baseado em blogs femininos portugueses, revela que a maioria das mulheres adultas portuguesas é infeliz (ou mesmo, muito infeliz).
Como principais causas dessa infelicidade são apontadas a insatisfação sexual prolongada e problemas diversos de natureza amorosa / sentimental ( isto é, falta de gajo ).
A situação parece ser alarmante, uma vez que o número de mulheres infelizes no nosso país não tem cessado de aumentar.
Os especialistas consideram que este aumento exponencial, se deve sobretudo ao facto de as mulheres não saberem interpretar correctamente as causas da sua infelicidade. A maioria, erradamente considera-se infeliz porque:

a) É feia, gorda e tem um corte de cabelo horrível.
b) Não gasta dinheiro suficiente em roupa, sapatos e produtos de beleza.
c) Tem um marido que ressona, que não a compreende e que não lhe dá atenção nem carinho.

Esta análise é incorrecta porque, na realidade, de acordo com o mesmo estudo, a maioria das mulheres é infeliz sim, mas porque:

a) Não aprendeu a desfrutar plenamente do seu corpo e a ter prazer sexual depravado sem culpa.
b) Não aprendeu a gostar de homens e a saber estar com eles sem ser chata.

E porque o que aqui ficou escrito me parece já o suficiente para alguns comentários da vossa parte, guardarei para uma próxima oportunidade a publicação das partes restantes deste estudo.
Na realidade trata-se dum estudo muito importante, porque foi elaborado por alguém que percebe profundamente de mulheres e visa ensinar eficazmente o mulherio a ser mais feliz ( não precisam de me agradecer).

Etiquetas:

segunda-feira, 12 de março de 2007

O que as mulheres querem (ensinamentos do Guru).

Jovem rapaz, alguma vez as mulheres te pareceram um enigma difícil de entender e te questionaste sobre o que querem elas ?
Para ti (e outros como tu) esta parece uma questão difícil de responder, mas não para mim, que sou Guru. Por isso, vou ajudar-te.
Se fizeres a pergunta ao contrário, começarás a ver luz. Questiona-te: o que não querem as mulheres ?
De entre as muitas respostas possíveis, a mais evidente é a de que não querem foder contigo. Essa é a triste razão pela qual um dia te questionaste sobre o que querem elas realmente.
Dum modo geral aquilo que as mulheres mais gostam é de gastar dinheiro. Resumindo, da mesma forma que o nosso desejo é foder-lhes a cona, elas sonham foder-nos a carteira. O problema é que elas são mais eficazes que nós. Portanto, se no final ambos tiverem realizado os vossos desejos, dá-te por feliz.

Etiquetas:

segunda-feira, 5 de março de 2007

Não gosto de ler.

Será que fica muito caro mandar publicar um livro ? Tenho andado a pensar nisso. Que tal escrever um livro baseado no Abrupto Sexual ?
Quase de certeza muitos livros feitos a partir de blogues foram pagos pelos próprios autores. Por que não também fazê-lo ?
Percebo que muitas pessoas o façam. Tanta gente que sonha conseguir escrever um livro e publicá-lo. Eu, por acaso não. O meu sonho é conseguir ler um livro inteiro. Isso sim, é que é difícil. Mas um dia hei-de conseguir.
Até já me deram a ideia de que o mais fácil seria ler um livro escrito por mim próprio.
Olhem que não é mal pensado. Um livro da minha autoria, forçosamente teria o meu retrato na capa. Ganda estilo !
Até já estou a imaginar-me no Algarve, na praia de Monte Gordo (na direcção do Casino) deitado na toalha, muito concentrado, a fazer de conta que estou a ler o meu próprio livro. E as gajas, nas redondezas, a olharem para a capa e a reparar que sou eu. De repente ainda engatava alguma (daquelas malucas intectuais que curtem escritores). É claro que por causa da Mekinha não ia acontecer nada demais. Mas por outro lado, ela e as filhotas podiam ajudar-me a transportar uns quantos exemplares do livro para a praia. Com sorte conseguia vendê-los ao pessoal em redor. Ganhávamos dinheiro para gastar em Ayamonte.
E depois das férias, no stand ? Agora, quando um cliente me compra um automóvel costumo oferecer-lhe um crucifixo, mas depois podia começar a oferecer o meu livro. Está bem pensado, não está ? Olhe, por me ter comprado o chasso, tome lá este magnífico livro que foi escrito por mim. Autografado e tudo...
Não sei, não. Tenho o sacana dum Alfa Romeo que se calhar, oferecer o meu livro, ainda vai ser a única forma de ajudar a conseguir vendê-lo.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Fingir o orgasmo.

Pensamento do dia:
Do Barradas nem sempre vêm más ideias, no meio do estrume também se encontram pérolas (embora poucas).

Grande mentira é aquela de virem dizer que as mulheres fingem o orgasmo. Que vantagem haveria nisso ? Qual o interesse em fingir ? É claro que não fingem. Pelo menos, comigo não o fazem.
Na verdade o que se passa é que o prazer passivo ainda hoje é censurado na nossa cultura e portanto, algumas mulheres sentem vergonha em admitir que têm prazer quando um macho lhes salta para cima, não vão as pessoas pensar que são putas.
Devo dizer que, por mim, já me livrei desse complexo e não me parece mal se uma mulher tiver um orgasmo por minha causa. Quando era jovem solteiro e curtia com as minhas amigas (ou mesmo desconhecidas), algumas vezes consegui provocar-lhes o orgasmo e isso não me fez achar que fossem mais ou menos putas do que achava antes.
Aliás, provocar o orgasmo numa gaja é fácil. Eu, por exemplo, para durar mais tempo, costumava bater uma antes. Depois, não falhava porque demorava um tempão até conseguir voltar a esporrar-me (entretanto, ela vinha-se).
Agora, o que deve ser novidade para vocês é saber que também há quem finja o orgasmo masculino.
É verdade, confesso que já fingi. Mas eu, ao contrário das mulheres, tinha razões válidas para fazê-lo.
Quando queria impressionar alguém costumava fingir que estava a vir-me para fazê-la pensar que sou um amante capaz de vários orgasmos. Após cada uma dessas simulações, pedia licença e retirava-me até à casa de banho, onde supostamente retirava o preservativo. Logo de imediato regressava de pau em riste disposto a retomar o acto. Este truque era sempre um sucesso.

(Brevemente vou explicar as circunstâncias em que inventei esta técnica e a participação involuntária do Barradas ).

Etiquetas: