domingo, 28 de janeiro de 2007

O meu Natal foi assim.

A sério que tenho pena dessa malta lisboeta que não tem uma terra onde ir passar o Natal.
Recordo com saudade os meus tempos de emigrante, quando regressava por breves dias ao nosso querido Portugal, nas férias do Verão e no Natal.
Não existe maior felicidade do que andar pelo estrangeiro e regressar depois à pátria.
Quando regressei de vez e casei com a Mekinha, quase me tornei lisboeta ( eu é que não quis). Isto porque ela é destas bandas e, não querendo mudar-se para a província, vim eu morar para os arredores da capital (mais concretamente para a margem sul, num luxuoso bairro da 34ª melhor cidade portuguesa para se viver).
No entanto, o meu contacto com as avenidas mais largas, os prédios mais altos e os maiores centros comerciais de Portugal não conseguiu apagar em mim o sentimento de saudade pelos tempos da emigração. De tal maneira que quando vou a Estremoz, aproveito para ir até Badajoz de propósito, só para sentir novamente o prazer de regressar a Portugal.
E também a moderna Lisboa, com as suas longas filas de trânsito, não me fez esquecer a linda aldeia beirã onde fui feito. Continuo a ser o homem simples e humilde que um dia partiu mundo fora, apesar dos ambientes sofisticados que tive a sorte de conhecer.
Portanto, como bom português fiel às minhas raízes, quando chega o Natal lá vou eu com o resto da família, rumo ao Norte a caminho da terra, passar a consoada e matar o porco.
Então, no sábado, fomos de viagem (eu, a Meka e as nossas duas filhotas) a ripar de carro, Ribatejo acima, eram umas 8 e meia da noite.
Porto Alto, Samora Correia, Benavente...
Parámos na Chamusca, no restaurante da ponte.
Caraças, deixei o carro mal travado, descaiu e começou a recuar sozinho. Por sorte ainda consegui voltar a entrar e jogar as mãos ao travão de mão. Antes que muito mal acontecesse, parou na rotunda. Meu rico carrinho que se podia ter amachucado todo.
Depois do susto, fomos comer. Folhados de queijo e Ice Tea para elas, sandes de fiambre e Sumol de laranja para mim.
Voltámos à estrada. As pequenitas entretanto, adormeceram. Chegámos finalmente à terra já depois da meia noite.
Foi só o tempo de tirar a bagagem do carro e deitar as meninas. A Meka ficou sentada à lareira a conversar com as mulheres da família e eu pirei-me com os meus irmãos para o largo da Igreja. Todos os anos o pessoal da terra faz uma fogueira com troncos de oliveira tão grossos que ardem vários dias, para a malta não ter frio. Até dá para assar febras e morcela nova nas brasas.
Pronto, isto já se sabe, a malta junta-se. Uns vivem lá, mas também há os que vêm da França ou da Alemanha, outros da Suiça e muitos de Lisboa.
Vamos comendo e bebendo enquanto conversamos. As horas vão passando. Aos poucos a maioria vai-se embora, dormir. Mas há sempre meia dúzia de resistentes que insiste em permanecer junto à fogueira.
Deviam ser umas 2 da manhã, acho que foi o Bino mais velho que desafiou a malta para irmos roubar um bichinho de 4 patas (leia-se coelho).
Onde, a quem e como ? Em poucos minutos de discussão, o Chico, notável especialista nestas coisas de gamar criação, já tinha um plano aparentemente infalível.
Com o Chico ao comando das operações, fomos a pé em grupo compacto. Éramos uns sete, descendo a ladeira, direitos ao casal de baixo (local onde iríamos cometer o roubo).
Chegámos ao largo do jogo, onde costumam fazer um presépio em tamanho natural. No silêncio da noite, ouvimos barulho. Parámos à escuta, era como como se alguém ressonasse. Olhámos melhor e então, descobrimos o Tonho Gato no presépio. Perdido de bêbado, tinha ido deitar-se a dormir entre as palhinhas, no lugar do menino Jesus.
Achámos escandaloso. Que fazer àquele cabrão ? Jogamos-lhe pedrada ou água do bebedouro em cima ? Àgua não, urina sim. O Chico queria ir lá mijar-lhe em cima.
Mas as coisas acabaram por precipitar-se noutro sentido. Tinhamos decidido fazer-lhe uma salga. Agarrámos o gajo e conseguimos tirar-lhe as calças. Mas no derradeiro momento, quando ficou sem cuecas parámos estupefactos como que fulminados por um raio.
Como é sabido, nós beirões, somos uma malta excepcionalmente bem aviada de orgão sexual. Mas o Gato, cuidado. Aquilo dele é um abuso em qualquer parte do mundo, até em Àfrica.
Aproveitando a pequena hesitação, o Gato conseguiu escapar-se de nós. Desatou a correr para casa dele. Refeitos do susto, ainda tentámos agarrá-lo novamente. Porém recuámos rapidamente quando verificámos que os gritos do Tonho Gato tinham chamado a atenção dum grupo de pessoas que estava num velório na capela mortuária, que é mesmo ali junto ao largo e que sairam para a rua ver o que se passava.
Alguns homens que estavam no velório viram tudo, mas consta que conseguiram fechar a porta da casa mortuária a tempo de evitar que as mulheres saissem para a rua e vissem o Tonho Gato correndo nú da cintura para baixo, com o bacamarte exposto.
Virámos costas e então, também nós corremos, mas em sentido inverso do Gato, para não sermos reconhecidos.
Só parámos no Casal de Baixo, mas já não apetecia coelho. Sem mais conversa, dispersámos, cada um para sua casa.
No dia seguinte, cheio de vergonha que me tivessem reconhecido, achei que era meu dever, como penitência, ir ao funeral da ti Maria de Jesus, querida velhinha falecida com 96 anos, de quem eu gostava muito. Que Deus a tenha em descanso.
O meus irmãos também foram ao funeral. Ali, e depois, durante o resto do dia, por toda a aldeia, ouvimos as pessoas fazerem conversa acerca do sucedido na noite anterior. Mas para nosso alívio ninguém avançava nomes. Acima de tudo, o assunto centrava-se em considerações acerca do tamanho avantajado do Tonho Gato (e também, que tinha sido chamado o 112, tendo uma pessoa ido de ambulância para o Hospital de Abrantes).
Felizmente, ninguém parecia interessado em saber quem seriam os malandros que o tinham despido. Assunto sobre o qual, o próprio Gato mantinha absoluto silêncio, recusando-se a fornecer qualquer nome.
À noite, mesmo assim, sentindo a minha consciência ainda algo pesada por termos perturbado o velório, cometi um facto quase inédito: fui também à missa do Galo.
...No entanto, não tive coragem de ir beijar os pés ao menino Jesus.
Porque uma das minhas maiores frustrações aqui, prende-se com o facto de parecer que muita gente não acredita na veracidade dos meu posts, sempre que possivel passarei a publicar imagens, videos ou sons. Como forma de comprovar o quanto são verdadeiros os meus relatos.

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domingo, 21 de janeiro de 2007

Eu quero ser famoso


Eu não tenho só qualidades, também possuo alguns pequenos defeitos. Por exemplo, sou vaidoso (mantenho este blog porque quero ser famoso ).
Reconheço também, que não consigo parar de mentir quando estou com uma mulher. Sou rico e solteiro, desejo casar com a primeira mulher que me queira, mesmo que tenha trabalhado num bar de alterne, se chame Tatiana e seja romena.
Mas, Bino, Tatiana é somente meu nome artístico, na verdade sou brasileira e me chamo José.
Não faz mal Maria José, caso-me contigo na mesma. É só beber este copo e vamos já fazer amor.
Não tem Maria não, é só José.
????????
(nunca mais irei a bares na zona de Elvas / Badajoz)

De maneira, que também sou um tipo influenciável. Por exemplo, alguém diz-me que estou com ar de doente e de imediato começo a sentir-me mal. Ou então, a Meka diz-me, “vamos fazer amor” e eu fico logo de pau feito (é automático e nunca falha).
Portanto, aqui há dias alguém aventou, num comentário deste blog, a possibilidade de eu ser o Nuno Markl. E, da minha parte, confesso, embora preferisse ser o Rui Unas, a verdade é que deixei-me influenciar por essa possibilidade. Então, na passada sexta-feira, no meu stand de automóveis usados, estava eu muito descansado, sentadinho à secretária, a sonhar com as jeitosas que o Nuno Markl deve papar à conta de ser famoso, quando sou subitamente arrancado dos meus sonhos pelo tocar estridente do telefone.
Era uma senhora brasileira, daquelas cuja voz de tão doce que é, quando fala parece que está a vir-se.
Disse-me que era duma empresa de electrodomésticos que vai abrir e estavam a oferecer prémios a quem se apresentasse na sede dos “Franceses” (um clube cá da terra). Normalmente, nestes casos, costumo mentir e digo sempre que me chamo Samuel. Mas não sei porquê, desta vez resolvi responder de outra forma, disse-lhe que me chamava Nuno Markl. E ela, Nuno Marques ?. E eu, Nuno Markl, com kapa antes do éle. Moro na Rua do Parque, nº 13 (inventei). Depois, a moça pediu-me para esperar. Mas, entretanto pelos vidros, reparei num casal a olhar para um Fiat Punto. Sem hesitar, desliguei o telefone e fui ter com eles.
Estava ocupado a mostrar o Fiat ao tal casal, quando volta a tocar o telefone. Vi que o Barradas, andava por ali a vaguear sem fazer nada, como de costume. Resolvi gritar-lhe, ó Barradas, atende lá o telefone se faz favor (note-se a delicadeza da minha linguagem perante a presença de clientes).
De repente, começam a escutar-se altos palavrões vindos do lado do escritório. Era o Barradas simplesmente a passar-se ao telefone. E eu ali, cheio de vergonha, frente aos clientes, a ouvirmos o Barradas a debitar vocabulário do piorio. Ó minha filha dum #####, tu vai para a #### que te pariu. Que se eu vou aí rebento-te esse ## todo. E tudo nesse estilo.
De repente, o telefonema termina e gera-se um silêncio absoluto. Então, pela porta do escritório vemos sair o Barradas, muito vermelho, com ar sério a ajeitar a gravata e no recinto dos carros, toda a gente em silêncio, incluindo eu, a olhar para ele.
Chega-se ao pé de mim e pergunta-me baixinho, quase em segredo. Disseste a alguém que te chamas Nuno Markl ? É que telefonou para aqui uma brasileira para falar com esse tal senhor e quando eu disse que não havia cá nenhum Nuno Markl, ela chamou-me mentiroso. E então eu tive que dar-lhe um curso acelerado de boa educação por telefone.
Dei-lhe uma pancadinha no ombro e com um ligeiro sorriso, respondi-lhe “reparámos nisso, obrigado”.Bino, diz-me o Barradas, lá porque tens a merda dum blog não penses que és famoso, seu Duran Duran da Beira Baixa. E nisto, afastou-se e foi lavar carros.


PS. Mas para mim, a reacção do Barradas nada tem a ver com a minha pequena mentira, mas sim com algo sucedido em França, pelo Natal e que lhe caiu mal e muito o tem atormentado desde então. Trata-se de qualquer coisa que envolve as palavras: brasileira e fio-terra.

Mas ainda não sei o que é.

Época de Saldos

Adoro quando vamos a centros comerciais e a Mekinha me arrasta para as lojas de pronto a vestir.
Sei dar os meus palpites, num simples relance consigo dizer que roupas lhe ficam bem. Ela fica especialmente linda em roupas vermelhas, mas também gosto de vê-la de amarelo ou cor de laranja.
As minhas lojas preferidas são a Bershka e a Stradivarius. Adoro a música ambiente dessas lojas. Aliás, adoro o ambiente todo. Se agora fosse puto, tentava trabalhar numa Bershka. Deve ser muito mais fixe do que bulir num McDonald’s, onde se passa o tempo todo a levar com cheiro de comida nas ventas.
Para um chavalo, trabalhar num local repleto de miudas deve ser impecável. Melhor que isso, só sendo cabeleireiro de senhoras.
É curioso que a malta tende a pensar que a melhor profissão do mundo é ser ginecologista. Não concordo. Um ginecologista lida imenso com vaginas doentes. Daquelas vaginas infectadas e a segregar corrimentos mal cheirosos. Isto causa, naturalmente, fastio por vaginas. Aposto que existe por aí um estudo científico qualquer onde se revela que os ginecologistas são de longe, os homens que menos realizam a prática do cunnilingus (minete).
Boa profissão é ser cabeleireiro de senhoras, isso sim. Reparem que quase ninguém toca no cabelo duma mulher. Tirando o marido e o amante, não resta mais ninguém senão o cabeleireiro. Acredito que, muitas vezes, cabeleireiro e amante tendem a fundir-se numa só pessoa. Só não acontece mais vezes porque, estranhamente, cabeleireiro de senhoras é uma profissão onde abundam muitos maricas.
Digo estranhamente porque, eu, se fosse maricas ia trabalhar para um estaleiro naval ou então embarcava num navio. Quero dizer, ia para um sítio onde houvesse muitos homens, entendem ?
Agora, ser cabeleireiro de senhoras não é lógico. Para um maricas que interesse pode haver numa profissão onde quase só se lida com mulheres ? É por estas e por outras que eu nunca hei-de entender a maricagem. Já me basta entender as mulheres.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Véspera de Natal, ainda assim, o costume.

Prólogo
(Quem achar o prólogo demasiado chato pode saltar para o post propriamente dito)

Outro dia, alguém disse-me que achava a maioria dos meus amigos uns tipos estranhos. Eu não acho. Quero dizer, reconheço que alguns costumam ter atitudes bizarras e, ao nível das ideias, por vezes as suas conversas revelam pensamentos realmente inquietantes. Mas tirando isso, em termos de aspecto, penso que não se nota nada.
De outro modo não seriam meus amigos. Nisto, sou exigente, faço questão de só me relacionar com pessoas normais (ou mesmo inteligentes) e não com malucos.
Claro que ao nível do comportamento sexual, o caso muda de figura, mas aqui há que ser flexível. Afinal, quem não tem a suas taras sexuais ?
Eu, por acaso não tenho, mas admito que muita gente as tenha. É claro que também não estou a insinuar que os meus amigos sejam tarados. Digo apenas que, a esse respeito, pretendo não emitir opinião publicamente. Considerando que, além de serem meus amigos, também eu sou um bocado amigo deles, acho preferivel apontar-lhes as taras pessoalmente num ambiente privado.
Faria sentido, por exemplo, publicar aqui que o Barradas colecciona pintelhos de gajas ? Penso que não. Seria estar a denegrir a reputação do rapaz, não é verdade ?
Mesmo que tal colecção de pintelhos incluisse pintelhos raros de várias nacionalidades e raças, penso que continuaria a não fazer sentido “enterrar” publicamente o meu depravado amigo.
É claro que o Barradas possui uma reputação já de si tão ruim que não adiantaria tentar arruiná-la ainda mais. Mas mesmo assim, poderia tentar não é ?
Se bem que eu próprio, apesar de tentado, às vezes nem preciso fazer nada, que ele mesmo encarrega-se de fornecer lenha para se queimar.

(E aqui começa o post propriamente dito)

Notem o que aconteceu, ainda recentemente na véspera de Natal. Sabendo que o Barradas estava em França (o Muralha também foi) resolvo ligar para casa dos cunhados dele, a desejar boas festas.
Na verdade eu até nem queria, mas a Mekinha insistiu para que telefonasse a desejar feliz Natal. E, então, só para lhe fazer a vontade, acabei por ligar. E até pus a chamada em alta-voz para ela também ouvir.
Sabem o que aconteceu ? Quando telefonei, o Barradas e o Muralha tinham saído. Então decido ligar para o telemóvel. De facto, os dois tinham ido passear por Paris. Só que o Muralha em vez de acompanhar o irmão numa visita ao Louvre, apreciar arte, ver os quadros, contemplar a Mona Lisa, não. Achou mais interessante ir até ao Pigalle (dizem que é um "quartier" de putas, embora eu nunca lá tenha ido).
Segundo versão do Barradas, o coitado do irmão foi só lá ver o ambiente.
Pois, está claro. A “ver o ambiente”, conheceu uma cidadã brasileira, de nome Lucimara (quero acreditar que não fosse um travesti), embebedaram-se e, a troco duma certa quantia, foram foder.
Estava o Muralha, conforme conta o Barradas, a comer a brasileira à canzana, quando toca o telemóvel. Ocupado a internacionalizar o caralho, não lhe apetece atender. Vendo que é o meu número que chama, decide impressionar-me e, estando bêbado, sem pensar diz à brasileira que atenda.
Esta, pegando no telemóvel e estando igualmente alcoolizada, responde conforme o que lhe dita a bebedeira. Num curto diálogo comigo, informa-me que se chama Lucimara e ( agora isto, é ela a falar com puro sotaque do nordeste brasileiro ) “o seu amigo agora não pode atender, não moço. Nesse momento ele está esporrando minha bundinha toda”.
Grande bronca, a Meka a ouvir uma conversa destas pelo alta-voz... O pior é que a minha querida julgou que eu estava a ligar para o Barradas, que é casado. Mas não. Eu, por acaso também pensava, mas de facto estava a ligar era para o Muralha.
...Quero dizer, o telemóvel era do Barradas, mas tinha-o emprestado ao irmão. Percebem ? Acontece...
Porque o Barradas é casado e um gajo casado não encorna a Maria dele e muito menos vai às putas. Ok ?

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Presente de Natal para mulheres modernas.

Escolher prendas, especialmente de Natal, é uma das maiores torturas que se pode fazer a um indivíduo. Nós, homens, não mereciamos esta porra. Tudo seria mais fácil se em vez de oferecer objectos inúteis comprados sob doloroso tormento pudéssemos simplesmente passar um cheque.
Eu próprio, um ás das compras, confesso possuir algumas dificuldades na hora de escolher presentes para oferecer. Mas porque sou amigo dos meus amigos e reconheço a dificuldade da coisa, aceitei ajudar o Barradas nas suas compras de Natal deste ano.
Não nos podemos esquecer que desta vez o Barradas ia passar o Natal à França e portanto havia que levar prendas para os familiares. Em primeiro lugar, levei o Barradas ao Lidl, porque apesar de raramente lá encontrarmos os artigos electrónicos que eles anunciam no dica da semana, possuem sempre uns chocolates espectaculares a preços muito bons.
Basicamente comprámos comida para oferecer de presente aos familiares do Barradas. Eu sei que pode parecer estranho, mas naquela família as coisas são mesmo assim. Se fizéssemos uma lista daquilo que mais gostam, sem dúvida que, comida viria em primeiro lugar e vinho em segundo. Claro que o sexo aparecia lá para trigésimo e o Benfica (3º lugar na minha lista) se calhar, nem seria considerado.
Quando já tinhamos as compras praticamente todas feitas, o Barradas lembrou-se que precisava dum chuveiro novo, porque uns dias antes tinha partido o antigo. Tava a tomar duche e, de repente, alguém abriu a água. O Barradas, em vez de água quente começou a levar com água gelada no lombo. Danado, protestou a bater com o chuveiro na parede. Tamanha foi a “meiguice” do protesto que do mesmo resultou um chuveiro partido em bocados.
Levei, então, o Barradas ao Mestre Maco, mas nenhum chuveiro lhe agradava. Fomos tentar a drogaria do Barão & Costa que fica na localidade portuguesa, para mim, mais adequada para se comprar artigos de casa de banho, isto é, a Baixa da Banheira.
Fomos à secção dos chuveiros, vimos todos, mas o Barradas parecia procurar um modelo especial. Pressionado por mim, descaiu-se a explicar-me que tinha ouvido dizer que há mulheres que gostam de “satisfazer-se com o chuveirinho”. É verdade, confirmei-lhe eu, na minha condição de especialista. E então, também queres satisfazer-te com esse método ?
E ele, não pá, quero é comprar um chuveiro que dê para a minha Maria se vir com ele. Então e qual é o problema ? perguntei eu.
Ó Bino tu já viste o tamanho destes chuveiros ? Alguma vez a Maria enfiava uma merda destas na cona ?
Juro. A minha vontade foi enfiar o maior chuveiro que ali houvesse pelas goelas do Barradas abaixo. Mas contive os meus instintos.
Ó estúpido, então tu achas que elas enfiam o chuveiro na crica ? Pega nesse chuveiro dourado, paga na caixa e vamos a um sítio que eu conheço. E ele, para onde ? Vem comigo, ordenei-lhe, do que tu precisas sei eu.
O Barradas lá comprou o chuveiro e sem mais demora arrancámos de carro rumo à Cruz de Pau.
Em poucos minutos estávamos a subir as escadas dum centro comercial onde às vezes compro presentes.
Afastei a cortina vermelha que tapa a porta duma loja e empurrei o Barradas para o interior da mesma.
Mas... mas isto é uma sex shop, surprendeu-se o Barradas. Não, disse-lhe eu, não vês que é uma drogaria ?
Mas rapidamente o Barradas identificou-se com o local, parando os protestos. Na verdade, até mostrou interesse por um cú de borracha (ou silicone, sei lá). Rapidamente, sem ele ver, dirigi-me ao fundo da loja e escolhi um vibrador de entre os vários expostos na parede. Fui ao balcão e pedi à senhora da loja que o embrulhasse para oferta. Chamei o Barradas com um gesto mudo.Quando chegou, só lhe disse, paga 55 euros, pega neste embrulho e vamos embora.
Nem protestou. Foda-se, eu às vezes tenho mesmo carisma.
Deixei o Barradas à porta de casa e embrulho na mão. Agora só espero que realmente ofereça o vibrador à Maria dele. Concerteza ela passará a ter, para sua satisfação, algo maior, mais duro e mais direito do que o caralho conjugal. E isso é algo que qualquer marido moderno deveria ter em conta.



(Muito em breve postarei acerca da minha passagem de ano)